Depois de fechar Fnac, Livraria Cultura pede recuperação judicial

Faz algum tempo que o setor de livrarias no Brasil passa por instabilidades, mas a situação delicada da Saraiva só ficou clara no início do ano, quando a companhia atrasou pagamentos a fornecedores, em especial, editoras de livros. No pedido de recuperação enviado à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, a Saraiva Livreiros Editores declara ter dívidas que somam R$ 675 milhões. Se o poder judiciário concordar com o pedido, a empresa deverá executar um plano de recuperação para evitar a falência. A Saraiva afirma que, com auxílio da consultoria Galeazzi & Associados, já vem tentando reestruturar as suas operações. O fechamento das 20 lojas faz parte dessa estratégia, processo que acabou resultando na demissão de cerca de 700 funcionários. Também faz parte do plano a recente decisão da Saraiva de abandonar os segmentos do mercado que são menos rentáveis em suas operações. É o caso dos produtos de tecnologia: nessa categoria, a empresa enfrenta forte concorrência de grupos como B2W (inclui Submarino e Americanas) e Via Varejo (Casas Bahia, Pontofrio). No início do mês, a Saraiva propôs uma espécie de acordo de recuperação extrajudicial ao Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) para converter 45% das dívidas com as editoras em ações e debêntures, e quitar o restante em 120 parcelas. Mas a entidade recusou a oferta por entender que o plano levaria muito tempo para ser executado e poderia dificultar as operações da Saraiva pelos próximos meses. A recusa também foi uma forma de pressionar a Saraiva a pedir recuperação judicial. Com esse processo, a companhia terá que cumprir com rigor os acordos de pagamentos estabelecidos com os credores, do contrário, qualquer um deles pedir ao poder judiciário a falência da companhia. Entre as razões citadas pela Saraiva para explicar a sua crise estão as dificuldades de geração de receita em seu principal segmento de atuação: a empresa destaca que os preços dos livros subiram bem menos do que a inflação nos últimos anos. O mercado de venda de músicas e filmes, que já foi o segundo mais importante da Saraiva, também foi mencionado no pedido de recuperação: a companhia cita o avanço de serviços de streaming como Netflix e Spotify para justificar o declínio das vendas nesse segmento. Vale lembrar que a Saraiva não é a única rede de livrarias em apuros. No mês passado, a Livraria Cultura entrou com um pedido de recuperação judicial apenas alguns dias depois de fechar as lojas físicas e o site da Fnac, empresa que estava sob seu controle desde 2017. Com informações: Folha de S.Paulo, Valor Econômico.

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