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O Departamento de Comércio concedeu, em maio, uma licença temporária que acabaria hoje. O órgão decidiu renová-la por mais 90 dias, até 19 de novembro. “À medida que continuamos a pedir aos consumidores que deixem de usar produtos da Huawei, reconhecemos que é necessário mais tempo para evitar qualquer interrupção”, diz o Secretário de Comércio Wilbur Ross em comunicado. Ross explica em entrevista à Fox Business que “algumas empresas na zona rural dependem da Huawei, por isso estamos dando um pouco mais de tempo para elas se adaptarem”. Operadoras menores nos EUA deram preferência a equipamentos da Huawei por serem mais baratos. A licença temporária da Huawei é bem limitada, e libera apenas as seguintes atividades:
manutenção e suporte de redes móveis e equipamentos da Huawei já existentes e totalmente operacionais;suporte a celulares Android, incluindo atualizações de software ou correções de segurança, para aparelhos disponíveis ao público até 16 de maio de 2019;divulgação de vulnerabilidades de segurança em produtos da Huawei, incluindo redes móveis e celulares;envolvimento com a Huawei através de um órgão de padrões — como o ITU, 3GPP e GSMA — para desenvolvimento do 5G.
Para qualquer outra atividade, é necessário realizar um pedido ao Departamento do Comércio. No entanto, o órgão faz a análise com “presunção de negação”, ou seja, com a tendência de rejeitá-lo. Isso dificulta à Huawei comprar chips da Qualcomm e Intel, obter acesso antecipado ao Android Q do Google, e instalar redes 5G com tecnologia desenvolvida na China.
EUA adicionam mais 46 subsidiárias da Huawei à lista negra
Além disso, o Departamento de Comércio decidiu pressionar mais a fabricante chinesa, adicionando 46 subsidiárias da Huawei à “Entity List”, lista de entidades proibidas de fazer negócios com empresas dos EUA. A Huawei é acusada pelo Departamento de Comércio de estar “envolvida em atividades contrárias à segurança nacional ou a interesses de política externa dos EUA”, incluindo violar a IEEPA (Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional) que proíbe o fornecimento de serviços financeiros ao Irã, “entre outras atividades ilícitas”. A empresa nega as acusações. O presidente Donald Trump disse no final de junho que “empresas dos EUA podem vender seus equipamentos para a Huawei; estamos falando de equipamentos nos quais não há grandes problemas de segurança nacional”. Ainda assim, ela continuou a ser tratada como uma entidade na lista negra do Departamento de Comércio. Nesse meio tempo, a Huawei teve aumento nas vendas de celular e crescimento de receita. A empresa anunciou o HarmonyOS, sistema operacional para múltiplos dispositivos; e declarou sua intenção de liderar o 5G no Brasil, além de abrir uma fábrica em São Paulo com investimento de US$ 800 milhões. Com informações: TechCrunch, The Verge.