Essa reorganização altera o quadro de executivos do Facebook. Mark Zuckerberg continua como CEO, mas vários outros nomes importantes foram movidos para áreas diferentes ou assumiram novas responsabilidades.
A divisão de blockchain, por exemplo, vai ficar a cargo de David Marcus. Talvez você nunca tenha ouvido falar dele, mas Marcus liderou o Facebook Messenger nos últimos quatro anos e foi, portanto, responsável por torná-lo um dos principais serviços da rede social. Marcus não foi escolhido ao acaso para a nova divisão. Ele já foi CEO do PayPal e faz parte do conselho da Coinbase, uma das maiores casas de câmbio de moedas digitais do mundo. Experiência com sistemas financeiros ele tem, portanto. É pouco provável que o Facebook esteja planejando lançar uma criptomoeda. Possivelmente, o plano da empresa é se aprofundar no assunto para suportar transações com moedas digitais ou empregar a tecnologia do blockchain em outras aplicações. Mas as mudanças vão muito além da divisão de blockchain. Basicamente, o Facebook dividiu os seus serviços e operações em três grupos principais. O primeiro, focado em aplicativos, incluirá Messenger, Instagram, WhatsApp e a própria plataforma do Facebook. Ele será liderado por Chris Cox, outrora diretor de produtos da empresa. Voltada a novas plataformas e infraestrutura, a segunda divisão incorporará projetos de longo prazo, incluindo áreas como realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial. O Workplace, concorrente do Facebook para o Slack, também ficará aqui. O mesmo vale para a divisão de blockchain. O grupo será liderado por Mike Schroepfer, que continua como diretor de tecnologia.
O terceiro grupo é direcionado a serviços. Ali estarão as divisões que cuidam de anúncios, segurança, engajamento e afins. Javier Olivan, principal responsável pelas estratégias de crescimento do Facebook, vai assumir o comando. Também está havendo mudanças em outras áreas, incluindo lideranças de produto e comunicação. O que mais chama atenção é que, normalmente, esse tipo de reorganização envolve demissões e novas contratações. Zuckerberg, porém, optou por fazer uma troca de lugares. Faz sentido. O Facebook precisa continuar crescendo, mas deve evitar novos problemas como o da Cambridge Analytica. Para isso, é importante que os esforços sejam liderados por gente que conhece bem os pormenores da companhia. A maior parte dos executivos está no Facebook há anos. Javier Olivan, por exemplo, se juntou ao time há mais de uma década. Com informações: Recode.