Como desativar o AdBlock
O vídeo diz que, na TV, “é o consumidor que é consumido. Você é o produto da TV. Você é entregue ao anunciante, que é o cliente. Ele consome você”. Com o passar dos anos, essa citação se transformou no clássico “se você não está pagando, você não é o cliente, é o produto”. É algo que se aplica aos serviços gratuitos que usamos na internet — mas não ao Facebook, segundo a própria rede social.
Nesta segunda-feira (23), o Facebook divulgou um post em seu blog oficial para explicar quais informações os anunciantes sabem sobre você. Esta é uma das perguntas que a rede social “ouve com mais frequência sobre nossas práticas de publicidade”: Se eu não estou pagando pelo Facebook, eu sou o produto? Não. Nosso produto é a rede social — a capacidade de se conectar com as pessoas que são importantes para você, onde quer que estejam no mundo. É o mesmo com um serviço de buscas gratuito, site ou jornal. O produto principal é ler notícias ou encontrar informações — e os anúncios existem para financiar essa experiência. Mas, no parágrafo seguinte, temos o seguinte: “nós vendemos aos anunciantes espaço no Facebook – tal como fazem a TV, o rádio ou jornais. Nós não vendemos suas informações.” É uma forma indireta de admitir que, sim, você é o produto. Como lembra o Mashable, serviços online gratuitos costumam gerar receita extraindo muitos dados dos usuários para usá-los em propagandas direcionadas, e elas são vendidas a seus clientes — isto é, os anunciantes. O Facebook diz que os anúncios permitem que a rede social seja gratuita, “para criar um produto que conecta pessoas entre continentes e culturas”. A empresa lembra que você não pode desativá-los completamente — ela até vem tentando combater ad blockers — mas é possível ajustar suas preferências de anúncios.
No post, o Facebook promete: “não dizemos aos anunciantes quem você é, nem vendemos suas informações para ninguém”. De fato, o Facebook não vendeu os dados de 87 milhões de usuários obtidos pela Cambridge Analytica. Eles foram fornecidos de graça ao pesquisador Aleksandr Kogan, através do aplicativo “thisisyourdigitallife”, e aparentemente revendidos por US$ 800 mil. Após o caso ser divulgado, o Facebook reduziu a quantidade de dados fornecidos por sua API, e reforçou controles de privacidade para os usuários. Mark Zuckerberg fez um depoimento ao Congresso americano, e também terá que se explicar ao governo brasileiro.