A cada hora, 3 brasileiros têm as pernas ou os pés amputadosEstes alimentos de origem animal diminuem o risco de diabetes
É o que aponta a pesquisa Receita de médico: o que pensa quem cuida de diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares, divulgada no Diacordis 2022. No levantamento, mais de 650 médicos brasileiros, incluindo endocrinologistas e cardiologistas, foram questionados sobre os protocolos usados em consultório para tratar pessoas com diabetes.
Médicos não solicitam o ITB para pacientes com diabetes tipo 2
Liderado por Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista e pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (Fmrp) da USP, o levantamento revelou que o ITB é solicitado por apenas 2 em cada 10 médicos para medir o risco de amputações em pacientes com diabetes tipo 2. Em outras palavras, 84% dos endocrinologistas e cardiologistas entrevistados não realizaram no último ano o ITB em pessoas diabéticas. Mesmo que o exame seja considerado simples e não invasivo.
Brasil tem alto índice de amputação de pernas ou pés
Diante dos resultados do levantamento, é preciso lembrar que o Brasil é um país com alto índice de amputação dos membros inferiores. Entre os anos de 2012 e 2021, mais de 245 mil brasileiros passaram por algum procedimento médico que envolvesse a amputação das pernas ou dos pés, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (Sbacv). A principal causa da questão envolvendo a saúde pública é o diabetes. Observado apenas os dados de 2021, foi estimada que 79,1 cirurgias para amputação de pernas ou pés foram realizados diariamente no Brasil. Isso significa que, a cada hora, pelo menos três brasileiros têm as pernas ou os pés amputados.
Como é feito o exame do Índice Tornozelo-Braquial (ITB)?
Para entender, o Índice Tornozelo-Braquial é um exame feito para auxiliar o diagnóstico da doença arterial obstrutiva periférica (Daop) dos membros inferiores. Esta condição está relacionada com casos de amputação de pernas ou pés em pacientes com diabetes. A questão é que, segundo Couri, os médicos focam mais em acompanhar a saúde dos vasos sanguíneos (artérias) lingados ao coração, as coronárias, de olho nos riscos de um acidente vascular cerebral (AVC). No entanto, eles se esquecem do risco de obstrução em uma artéria periférica das pernas. Com isso não solicitam o ITB da forma como poderiam. “Nós sabemos que esse índice [o ITB], obtido a partir de um exame com doppler portátil, medindo a pressão nos braços e nas pernas, acusa um eventual entupimento das artérias no membros inferiores e, mais do que isso, quando está alterado, também acusa o risco de o indivíduo morrer do coração”, reforça o especialista, em comunicado. Neste exame, feito em consultório, o médico basicamente compara a pressão arterial medida no tornozelo com a pressão arterial no braço. Quando o índice está baixo, este é um indicativo de estreitamento ou bloqueio das artérias nas pernas. Neste estágio, o paciente pode desenvolver algum problema mais grave de circulação, o que, em último caso, pode demandar uma amputação. Para entender como é efeito o exame Índice Tornozelo-Braquial (ITB) em pacientes diabéticos e com risco de amputação, assista ao vídeo a seguir, em inglês: