“O Twitter, obviamente, não pode se tornar um lugar infernal, livre para todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências”, diz Musk. Ele completa dizendo que a “plataforma deve ser acolhedora com todos”. O executivo, que é a pessoa mais rica do mundo, considera que as redes sociais correm o risco de se despedaçar em câmaras de eco da extrema-direita e da extrema-esquerda, o que geraria mais ódio e dividiria ainda mais a sociedade.
Compra do Twitter pode sair na sexta (28)
A Reuters informa que Musk deve concluir o negócio nessa sexta-feira (28), quando termina o prazo legal para exercer a compra. A negociação de ações do Twitter será suspensa na sexta também. O valor da compra é de US$ 44 bilhões. Musk visitou o escritório do Twitter em San Francisco (EUA) na quarta-feira (26). Logo em seguida, ele mudou a bio de sua conta na rede social para “Chief Twit”. Dado o histórico de brincadeiras do bilionário, não é muito recomendado levar coisas assim a sério. Outros fatores, porém, indicam que o negócio deve mesmo sair. Na terça-feira (25), a Reuters informou que as organizações que estão financiando a aquisição — como a Sequoia Capital, a Binance e a Qatar Investment Authority, entre outras — receberam uma ordem dos advogados de Musk para preparar os documentos.
Negócio teve idas e vindas
A compra do Twitter por Musk começou em abril, quando a empresa e o bilionário chegaram a um acordo. Nos meses seguintes, porém, o empreendedor começou a criticar publicamente com a alta diretoria da rede social, com a acusação de que a plataforma teria muito mais bots e spam do que o divulgado. Em julho, Musk desistiu da compra. O Twitter revidou e processou o CEO da Tesla e da SpaceX para obrigá-lo a cumprir o acordo. Após derrotas preliminares nos tribunais, Musk desistiu de desistir: ele recuou e resolveu comprar mesmo o Twitter.
Companhias temem futuro do Twitter
O post desta quinta-feira (27) é direcionado aos anunciantes e parece uma resposta direta às preocupações das empresas. De acordo com uma matéria do Wall Street Journal, elas temem que o bilionário torne a moderação de conteúdo menos rígida. Isso poderia tornar a rede mais tóxica e extremista, afastando usuários e prejudicando quem compra espaços de propaganda. Além disso, companhias do setor automotivo questionaram um potencial conflito de interesses, já que Musk também comanda a Tesla. A reportagem do WSJ especula que o bilionário poderia deixar de exibir anúncios no Twitter. Ele negou estes planos. “Eu também acredito que a propaganda, quando feita do jeito certo, pode entreter e informar”, escreveu o empreendedor. Com informações: AP, The Verge, Reuters.