Fiocruz começa a testar drones para transporte de material biológicoDrone consegue transportar rim para cirurgiões nos EUA pela primeira vez
Durante o teste, eles utilizaram um veículo aéreo não tripulado para levar um pulmão humano doado por um paciente que havia morrido no Hospital Geral de Toronto até outro centro médico — ambos no centro da cidade — provando que esse tipo de transporte pode ser eficiente e seguro. “Esse estudo de viabilidade não foi o primeiro a usar um drone para transportar órgãos humanos ou suprimentos médicos, mas talvez seja o mais rigoroso. Por isso, utilizamos um modelo de fabricação chinesa M600 Pro, que provou ser um verdadeiro burro de carga”, explica o pesquisador Andrew Sage, coautor do projeto.
Drone adaptado
Para funcionar como meio de transporte de órgãos humanos, o drone sofreu algumas alterações específicas. Primeiro, os engenheiros adicionaram novos componentes eletrônicos projetados para manter uma conectividade mais forte entre os trajetos. Em seguida, eles adicionaram alguns dispositivos de segurança, como um paraquedas, luzes de alerta, câmeras, rastreadores GPS e um sistema de recuperação capaz de emitir sinais caso o drone desvie do percurso ou se perca em um ambiente urbano. “Nós também tivemos que remover o trem de pouso e substituí-lo por um contêiner projetado especificamente para manter os órgãos resfriados durante o transporte. Essa foi a parte mais difícil pois não podíamos afetar a estabilidade ou a dirigibilidade do drone”, acrescenta Sage.
Na prática
Após mais de 400 horas de voo controlado, os pesquisadores decidiram que já era hora de testar o drone em uma situação no mundo real. A aeronave percorreu uma distância de pouco mais de dois quilômetros entre os dois hospitais, levando o pulmão doado até o paciente que esperava pelo transplante. O drone foi do ponto A ao ponto B em menos de cinco minutos, transportando o órgão com segurança e em tempo recorde, sem ter que depender helicópteros caros ou de veículos terrestres que podem demorar muito para vencer o trânsito de grandes cidades, principalmente em horários de pico. “Muitas vezes, mesmo transferências curtas usando veículos no solo podem levar muito tempo devido a congestionamentos e paradas imprevistas. Além disso, os drones também podem ser usados para transportar órgãos em áreas rurais, onde os hospitais nem sempre têm helipontos”, encerra Andrew Sage. Fonte: TechXplore