Bill Gates já criticou bitcoin, mas está mudando de ideiaO que é bitcoin? [como comprar e acompanhar a cotação]
Em uma nova crítica à criptomoeda, Gates afirmou também que o bitcoin agrava os problemas climáticos gerados pelas emissões de carbono. Ao passo que a adesão à moeda digital cresce no mundo todo em meio a valorizações recordes neste ano de 2021, a atividade de mineração também se intensifica.
Mineração de bitcoin e as emissões de carbono
A mineração do bitcoin é uma atividade necessária para que a moeda digital exista. Cada transação realizada em qualquer lugar do mundo deve ser registrada em rede blockchain. Esse processo envolve a criptografia dos dados em blocos, criando um livro contábil aberto e disponível para que qualquer um possa checar. Contudo, esse processamento pesado de dados necessário em cada transação envolvendo o bitcoin requer que milhões de máquinas ao redor do mundo cedam sua potência, uma vez que se trata de uma moeda digital descentralizada. Esse é o processo de mineração, no qual os donos das máquinas, os mineradores, são recompensados pelo alto custo de energia da atividade através de taxas recolhidas a cada transação e com a geração de novas unidades de BTC. Uma vez que o gasto elétrico dessas máquinas é altíssimo, elas também são responsáveis por aumentar as emissões de carbono das usinas.
Mineradores usam energia barata e poluente
De acordo com o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index (CBECI), 65% da atividade de mineração de bitcoin no mundo se concentra na China. O país possui uma energia barata e a maioria das usinas elétricas são alimentadas com carvão, gerando uma alta taxa de poluição atmosférica. A crítica de Gates se dirige a esse problema. Conforme os mineradores se concentram em lugares que usam fontes fósseis de energia, eles também são responsáveis por sua poluição e pelo agravamento do aquecimento global. Porém, sem a atividade de mineração para processar e criptografar os dados, o bitcoin simplesmente não existiria. O CBECI estima que o bitcoin seja responsável por 0,59% de todo consumo elétrico do planeta. A criptomoeda gasta atualmente 128,84 TWh (terawatt-hora), de acordo com a plataforma, ultrapassando o índice de países inteiros como a Argentina e a Ucrânia.
Gates apoia uso de energia limpa para minerar bitcoin
“Se for energia limpa e não estiver atrapalhando outros usos, eventualmente, talvez esteja tudo bem”. Foi assim que Bill Gates fechou a entrevista ao NYT, indicando que ele estaria disposto a mudar de ideia sobre a criptomoeda se as mudanças necessárias forem feitas. O CEO do Twitter, Jack Dorsey, prometeu investir US$ 10 milhões em tecnologias de mineração de bitcoin mais limpas em termos de poluição do meio ambiente. Além disso, já existem outras iniciativas como a da empresa de investimentos Seetee que trabalha em utilizar energia renovável, como solar e eólica, para extrair o criptoativo. Com Informações: The New York Times